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Eu sou a criança.
Ando pelo mundo,
bastante incompreendida e também muito pouco compreendendo do que se passa em
meu derredor.
Muitos pais
rejeitaram-me obstinadamente sob os mais variados pretextos.
Evitam-me qual se eu
lhes fosse um flagelo sobre a Terra. Chegam a temer-me ansiosamente.
Outros, privados da
minha presença, lamentam-se e deploram a minha falta, qual a flor buliçosa
ausente do jardim.
Muitos exploram a
minha inocência, abusam de minha fragilidade e dilaceram as minhas esperanças.
Outros me abandonam,
quando mais necessito de carinho e de apoio.
Há, felizmente, os
nobres corações que se preocupam comigo. Que choram com o meu desamparo e
choram a minha fome, estendendo-me os braços fraternais através da bolsa
generosa.
Jesus, eu Te peço,
Senhor:
- Multiplicai esses
corações que pulsam junto a mim, essas mãos que me afagam, essas mentes que me
educam e retificam.
Eu sou a criança.
Falo a voz de todas
as línguas e de todos os quadrantes do mundo.
Choro o pranto dos
órfãos, choro a tristeza dos viciados e suplico a misericórdia dos justos e a
bondade dos felizes.
Eu sou a criança.
Minha voz fala em
silêncio, dirigindo-se a todos os corações que já possam compreender.
Pelo Espírito Meimei. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Escultores de Almas. Lição nº 03. Página 25.