quarta-feira, 23 de outubro de 2019

TRABALHO E DOAÇÃO


Por Iraponan Arruda (Coordenador Geral do Instituto Espírita Vida)

Cada vez mais estamos conscientes que estudar é preciso, trabalhar é necessário e amar ao próximo o melhor caminho para chegar à Deus.
O trabalho, a consciência do trabalho, da atividade constante em prol de nós mesmo e de outrem, é necessidade evolutiva e oferecida a todos em igualdade de condições, depende de nós, diante das responsabilidades assumidas, colocarmos a prova as nossas atitudes.
Nos mundos mais evoluídos e nos inferiores, a natureza do trabalho não é a mesma, pois que ela está diretamente ligada às necessidades de cada um, sendo a inatividade, a ociosidade, um verdadeiro suplício
Diz o Cap. XXV, E.S.E - item 3:
“Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros estariam atrofiados; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal; por isso, lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e achará, trabalha e produzirás; dessa maneira, serás o filho das tuas obras, delas terás o mérito e serás recompensado segundo o que tiveres feito”.
Há, entretanto, uma outra forma de trabalho, este que não rende moeda, nem produz conforto maior, tampouco crescimento permanente da conjuntura econômica. Este é o trabalho-abnegação, do qual não produz troca ou remuneração, mas que redunda em crescimento de si mesmo no sentido moral e espiritual. Modernamente a este trabalho dá-se o nome de TRABALHO VOLUNTÁRIO.
Jesus é exemplo dos dois tipos de trabalho. Enquanto carpinteiro, dedicado, com José laborava. Ele, ativamente, mostrando a importância do trabalho, ensinando que o trabalho em atividade honrada é o dever primeiro para a manutenção do corpo e da vida terrena. Seguidamente a isto teve Jesus um ministério de amor, um verdadeiro trabalho de autodoação até o sacrifício da própria vida.
Seu exemplo infunde coragem estimula o trabalho-serviço, o trabalho-redenção, fraternal, procurando manter a sociedade unida, acalentando os menos favorecidos, dando conforto aos necessitados de toda ordem, sem esquecer os nossos irmãos de outros reinos.
Realiza o teu compromisso, por menos significante que te pareça, pois que esta será a base para grandes realizações futuras.
Às vezes é preciso grandes catástrofes para despertar o bem em nós. Acredito sempre que depois das tempestades, o sol nasce com mais brilho. É preciso despertar consciências e talvez agora de maneira mais ampla e urgente. Porque é urgente reeducar.

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” Pedro 1: 4.10.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

PROGRAME-SE!

Reúna sua família e faça parte desse grandioso evento 
de Valorização da Vida Humana  



terça-feira, 10 de setembro de 2019

SUICÍDIO


Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Religião dos Espíritos. Lição nº 48. Página 119.
Estudos e Dissertações em torno da Substância Religiosa de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
Questão nº 957. Reunião pública de 03/07/1959.

     No suicídio intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.
Atormentada de dor, a consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo indispensável à justa renovação.
Contudo, os resultados não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento intimo, porque surgem os desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos de reajuste em existências próximas.
É assim que após determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições.
Ser-nos-á fácil, desse modo, identificá-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a que se acolhem.
Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura;
os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo;
os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares;
os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil;
os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo,
e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa.
Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma.
Junto de semelhantes quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham.
Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus

sábado, 24 de agosto de 2019

FALTAS OCULTAS



Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Fé, Paz, Amor. Lição nº 06. Página 38.

De modo geral, o delinquente confesso sofre, de imediato, a sentença que lhe é cominada pelos tribunais de justiça, recolhendo-se ao cárcere expiatório ou à penitenciária reeducativa. A pública humilhação do banimento social de que se vê objeto, muita vez, nele sazona os frutos amargos do remorso, preparando-lhe, em breve tempo, a marcha reparadora.
Entretanto, quase todos nós, na experiência da vida física, somos portadores de faltas ocultas que o magistrado terrestre não conheceu.
De permeio com a nossa plantação de esperança e boa vontade, por isso mesmo, ressurgem na vida espiritual, carreando conosco a úlcera escondida de nossa frustração, reclamando remédio e tratamento.
Semelhantes lacunas quase sempre decorrem de antigos desafetos que acalentamos deliberadamente no instituto doméstico, de tendências inferiores que nada fazemos por extirpar; de vícios disfarçados que nos deformam o sentimento ou de atos clamorosos de ingratidão ou injustiça que perpetramos na senda rotineira; na defensiva do próprio orgulho ou na calamitosa preservação do egoísmo que nos assinala.
Com elas projetamos nas existências alheias impactos de enfermidade e desgosto, desânimo e treva que são debitados à nossa conta.
Em verdade, no Mais Além, pelo amparo dos Benfeitores Prestigiosos que conquistamos, a paz e a beleza, o reconforto e a alegria tecem o doce ambiente que nos rodeia por fora; todavia, adentro de nós, a consciência erigida em reto juiz não nos perdoa, convocando-nos à confissão voluntária, tanto quanto ao pedido urgente de reajuste.
É por isso que, muitas vezes, em ampla floração de prosperidade material, na Terra, somos visitados por moléstias soezes, quando não somos surpreendidos por insucessos e desgostos, empecilhos e lágrimas, e é ainda por essa razão que, em plenitude de mocidade, muita vez conhecemos a morte dos mais belos sonhos e das mais altas aspirações, padecendo contratempos e dificuldades, a fim de seguir avante em escabrosos trilhos para o futuro.
Aproveitemos o tempo na lavoura do bem que nunca desfalece, porque muitos de nós trazemos da grande retaguarda as chagas imanentes de delinquência oculta, reclamando-nos hoje o exercício da caridade incessante e da renúncia sem limites para que o amanhã alvoreça na estrada como Benção de Deus sobre o nosso porvir.

terça-feira, 9 de julho de 2019

O SUICÍDIO E O EXTREMO SILÊNCIO QUE O RODEIA


Por Rodrigo Sales

Há algum tempo venho mergulhando no fenômeno do suicídio buscando compreender melhor as razões que levam uma pessoa a se autoexterminar. Dentre as diversas informações que vão desde dados estatísticos alarmantes (inclusive suficientes para caracterizar o tema como sendo de saúde pública) passando por relatórios médicos até chegar em conclusões científicas sobre o comportamento humano, a mais impactante informação que sem dúvidas tirou meu sono e me fez refletir muito foi a constatação do silêncio que existe sobre o assunto. Não há espaço para conversar sobre o tema nos círculos de convivência humana. E é esse silêncio que está potencializando a incidência dos casos; é ele o nosso grande vilão.

Para que todos tenham uma noção de quão grave é o que estou falando, segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de oitocentas mil pessoas tiram a própria vida em todo o planeta. Isso equivale ao mesmo efeito de extermínio de quatro bombas atômicas semelhantes àquelas lançadas em solo japonês. Apesar do maior número de casos está concentrado em idosos, em número absolutos, o suicídio cresceu mais de 24% entre jovens de 14 a 30 anos de qualquer classe social nos últimos dez anos. Isto nos permite concluir que independentemente da idade e do poder aquisitivo o suicídio tem sido porta para um número expressivo de pessoas ao redor do mundo. O Brasil ocupa o oitavo lugar, em números absolutos, no rancking mundial. E conforme as pesquisas científicas sobre o tema, devidamente apresentadas nos relatórios da OMS, 90% dos casos relatados são motivados por psicopatologias diagnosticáveis e tratáveis tendo como expoente o transtorno de humor. Isto significa dizer que de 10 casos registrados de suicídio, 9 poderiam ter sido evitados1.

Conversar, interessar-se pela história de vida das pessoas e se predispor a encaminhar as pessoas para o devido tratamento médico com os especialistas de saúde mental são os principais antídotos para este mal.

No âmbito governamental, a melhor estratégia usada para erradicar epidemias tais como dengue, zika, febre amarela, rubéola e catapora entre outras foi a informação. Em todo posto de saúde existe um conjunto de informativos alertando os cuidados que se precisa ter para se proteger de tais enfermidades, como tratá-las, etc. Ainda que ocorram casos, é possível ver graficamente o declínio de muitas dessas doenças e associar isso rapidamente a um trabalho de conscientização da população. Isso não só no Brasil, mas em todos os países do mundo, a informação, o debate, a orientação e acompanhamento foram estratégias de sucesso para o combate de tais males. Mas, por quais razões não se faz o mesmo referente ao suicídio, uma vez que este está comprovadamente relacionado à saúde mental? Por que não promover um debate responsável e ético sobre o tema e levantar campanhas de conscientização para os cuidados e tratamentos para a manutenção da saúde mental? As respostas são inquietantes.

Em quase todos os casos de suicídio a família da pessoa evita falar sobre o assunto. Isto porque carregam um misto de culpa por não terem percebido antes que a pessoa não estava bem; uma sensação de raiva pelo fato da pessoa ter pensado apenas em si e muitas vezes ter deixado os familiares em situações difíceis do ponto de vista financeiro ou ainda o medo de serem julgadas e mal vistas pela sociedade, dentre outros. Há ainda os que falam do Efeito Werther, que é uma referência a um conjunto de suicídios que ocorreram na Europa no século 19 influenciados pela narrativa da morte do personagem Werther do livro “Os sofrimentos do Jovem Werther de Goethe”, escritor alemão. Seria uma espécie de efeito dominó em que falar sobre o assunto potencializaria a vontade das pessoas de experimentarem o ato.



Eu penso que uma abordagem responsável e ética, não sobre o ato em si, mas sobre os assuntos que rodeiam e motivam as pessoas a adoecerem mentalmente, seja possível, principalmente dentro das famílias, nas escolas, no ambiente de trabalho e nas rodas de amigos. É preciso dizer que a intenção de quem quer tirar a própria vida não é acabar com a vida, mas sim eliminar a dor que está sentindo. Por isso, é tão importante, diante de frases como “estou cansado da vida”, “eu queria sumir”, “não aguento mais essa vida”, abordarmos respeitosamente essas pessoas, buscando ouvi-las e quando possível perguntá-las: onde está doendo dentro de você? E depois: Como posso te ajudar a cuidar dessa dor? Isso é um exercício de escuta humana. Saber escutar a dor do outro que passa por dificuldade, acolher, oferecer apoio, encaminhar para os serviços médicos especializados e finalmente salvar vidas é o nosso maior compromisso enquanto humanidade.

Portanto, abramos as rodas de conversas para saber como as pessoas estão, para senti-las, ajudá-las. Pior que uma dengue, que uma zika, que uma febre amarela é uma mente adoecida, é um coração vazio, é uma alma que perdeu a alegria de viver.
Seja a luz no fim do túnel na vida de alguém. Salve vidas!
Diga sim à vida e viva a vida!

Um fraternal abraço.

   

Rodrigo Sales 
Expositor Espírita/PE